segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Carta fictícia

Eu poderia começar essa carta dizendo tudo que eu sinto ou o que um dia eu senti por você. E talvez até deveria pensar mais de duzentas vezes antes de escreve-la pra ti. Pois tenho medo de te deixar triste e confuso, mais do que já estás. Parte de mim queria que você estivesse aqui agora, para que eu pudesse compartilhar os sentimentos juntos, mas nós dois sabemos que isso é impossível. Então aqui estou escolhendo as palavras com lágrimas no rosto e com esperanças de que de alguma maneira você me entenda, e me desculpe pelo que vou escrever.


Você se lembra da primeira vez que nos vimos? Você vestia azul, e lentamente abriu um sorriso que me apaixonei tão rápido. Lembrei do quanto me senti confortavel conversando contigo naquela primeira noite. Nós vivemos algo maravilhoso, e quero que você nunca se esqueça disso. Você é raro e lindo. Durante esse tempo que estamos separados olhei para o céu a cada lua cheia e lembrei de tudo que passamos juntos. Peço desculpas se não conseguimos viver tudo aquilo que sonhávamos.
Há tantas outras coisas. Quando fecho os olhos vejo seu rosto, seu sorriso, me lembro das doces frases que você me dizia. E tais coisas ainda são reais pra mim. Mas as tantas coisas que uma vez elas trouxeram conforto, hoje provocam dor. Talvez tenhamos passado tempos de mais juntos, talvez fôssemos de mundos diferentes. Eu não sei. Realmente não sei. De algum modo, mesmo apaixonados, o tempo fez com que perdessemos a ligação mágica que nos manteve juntos.

Sei que parece uma desculpa, mas por favor, acredite em mim quando digo que não queria me apaixonar por outra pessoa. Não espero que me entenda, mas por tudo que passamos imagino que faça um esforço. Vou entender se você me disser que me odeia. Parte de mim também me odeia. Escrever esta carta me obriga a reconhecer isso.

Mesmo que não queira ler o final da carta (por raiva talvez), quero que você saiba que será sempre parte de mim. Você foi o primeiro homem que me apaixonei verdadeiramente. E não importa o que o futuro traga, você sempre será, e sei que minha vida é melhor por causa disso. Com lágrimas no rosto e aperto no coração estou lhe dizendo "adeus".
Sinto muito,
(Anônimo)

(Lembrando que, esta é uma carta fictícia, nenhum fato narrado aqui aconteceu de verdade.)

"Eu dizia que "gostava" de você, que sentia saudade de você, que eu precisava de você, que eu "não conseguia viver sem você". Mas não que era amor."
Grande, Caio Fernando de Abreu

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